Nota do CEADS sobre a Sífilis

Data: 08.09.2023

No período de fevereiro de 1978 a março de 2023, esteve na Coordenação do Ambulatório de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), hoje denominadas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), do Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da USP, o Prof. Dr. Luiz Jorge Fagundes, Coordenador Científico do CEADS.

Em sua primeira publicação, nos Anais Brasileiros de Dermatologia, sobre o perfil da Clientela do Ambulatório de IST, num período de 10 anos de atuação, o Prof. Fagundes constatou que a incidência da Sífilis estava entre as três principais IST, sendo a Infecção pelo HPV, a primeira colocada e, as Uretrites Gonocócicas e Não Gonocócicas em segundo lugar.

Posteriormente, em sua Dissertação de Mestrado sobre a Sífilis Congênita, o Prof. Fagundes demonstrou que 25% das grávidas de seu trabalho, só souberam da sorologia positiva para Sífilis, no teste rápido para a doença realizado na sala de Pré-Parto da Maternidade. Finalmente, em sua Tese de Doutorado, sobre o comprometimento precoce da Sífilis no Sistema Nervoso Central, o Prof. Fagundes verificou que: 13% do pacientes com Sífilis Primária e 42,8% dos portadores de Sífilis Secundária, apresentavam alterações no exame do Líquido Céfalo Raquidiano (LCR) compatíveis com Neurossífilis.

Durante o período de Pandemia pelo COVID, de 2019 a 2021, a Sífilis teve um aumento de incidência de 11%, no Ambulatório de IST. A falta de um número maior de Ambulatórios Públicos no atendimento de IST, a falta de profissionais capacitados para diagnosticar e tratar estas infecções e a falta de Esclarecimentos, Orientação e Prevenção das IST, mantém em altos índices a incidência de Sífilis em nosso País.

Vale lembrar, que um portador (a) de Sífilis Secundária, imunocomprometido, principalmente com AIDS, tem a chance de 42,8% de desenvolver a Neurossífilis, com a possibilidade de ficar Cego, Surdo, Paralítico e Demente. O Brasil sempre apresentou um quadro Epidêmico de Sífilis, nem sempre silencioso.

Coordenação Científica do CEADS.

 

Nota do CEADS sobre a Sífilis