País ainda tem 7 casos por hora de Tuberculose

Data: 25.03.2015

Registros da doença caíram 4,4% em um ano; governo quer reduzir mortes em 95% até 2035. Presidiários e moradores de rua têm maior risco.

O Brasil manteve o 16.º lugar no ranking de países com mais casos de tuberculose. Ano passado, foram registrados 67.966 casos da doença (7,75 por hora), com coeficiente de incidência de 33,5 casos por 100 mil habitantes. Em 2013, foram 71.123 infecções. Em um ano, a redução de casos foi de 4,4%.

A taxa de mortalidade em 2013 foi de 2,3 por 100 mil habitantes, 20,7%mais baixa do que havia sido registrado em 2003, com 2,9 mortes a cada 100 mil. Os números foram apresentados na Câmara dos Deputados, durante sessão solene pelo Dia Mundial de Combate à Doença. Com indicadores ainda considerados altos, o governo assumiu o compromisso de reduzir as mortes em 95% e em 90% o coeficiente de incidência da doença até 2035.“Progredimos, mas há ainda muito o que avançar”, afirmou Carlos Basile, da Parceria Brasileira contra Tuberculose. Ele disse estar preocupado com a redução da vacina contra a doença em postos de saúde por problemas de abastecimento, identificada no último mês. De acordo com o Ministério da Saúde, a situação deverá ser regularizada até o início de abril. Semana passada, foram entregues 18 mil doses.

R$ 15 mi estão sendo investidos pelo governo federal no combate à tuberculose. A verba está destinada à melhoria nos testes, à aquisição de tecnologia e ao treinamento de pessoal.

Dia 31, seguem mais 522 mil e dia 2, as 410 mil doses restantes para abastecer os estoques. O governo atribuiu as dificuldades enfrentadas na entrega de vacina contra tuberculose ao atraso na obtenção do certificado de boas práticas do laboratório fabricante, a Fundação Ataulpho Paiva, e a problemas de abastecimento de água na fábrica. Diagnóstico e características. Umadas estratégiasconsideradas essenciais para o controle do número de casos da doença é o diagnóstico rápido da infec- ção. Atualmente, 94 municí- pios e o Distrito Federal – capitais e cidades consideradas estratégicas – dispõem de teste rápido. “Ainda consideramos a tuberculose um grande desafio”,afirmou oministro da Saú- de, Arthur Chioro.

Ele observou que as taxas da doença são significativamente altas em doisgrupos:populaçãocarcerá- ria e moradores de rua. O ministro lembrou ainda que a doença é muito desigual no País. Amazonas e Rio lideram em números de casos. “Estamos lidando com uma doen- ça multifatorial: condição social, de moradia e de vida são preponderantes para determinar o risco”, disse. Elelembrouqueentreapopulação indígena o risco de ter a doença é três vezes maior do que na população em geral. Na população de rua, o risco é 47 vezes maior. “O sucesso das ações está ligado a uma aliança devários setores dasociedade.” As cidades contempladas atualmente pelos testes rápidos respondem por 60% dos números de casos. “Podemos viver em um mundo livre de tuberculose. Para isso, é preciso que países caminhem conjuntamente”, ressaltou Chioro. “Diagnosticar e tratar adequadamente a tuberculose significa romper acadeia de transmissão.”

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Fonte: Estadão